Lançada em Janeiro de 2020, "O Dilema das Redes" parecia um prelúdio ao que viria acontecer poucos dias depois.
O mundo parou em função da Pandemia e não restou outra alternativa que não fosse: ficar em casa assistindo Netflix ou usando as redes sociais.
Então, o que já mostrava ser um caminho perigoso, recebeu uma carga extra de uso, mas também, de atenção.
O documentário "O Dilema das Redes" ganhou maior repercussão agora em setembro, oito meses depois do seu lançamento, aqui no Brasil.
A produção mostra o lado negativo e preocupante do poder de manipulação que a tecnologia possui.
Por isso, eu o assisti duas vezes para conseguir digerir um pouco melhor as complexas e assustadoras informações que ele jogou em quem assistiu.
E se o teu c* não caiu da bunda pode ser que tu já está tão dento da matrix, que só o Morpheus pra te salvar.
Mas se tu também ficou sem reação ou ficou espantada, então, significa que tu começou a refletir sobre o tema, e isso é maravilhoso!
Esse artigo é de cunho totalmente opinativo, não há aqui uma verdade absoluta, por isso, peço que tu leia com a mente aberta, relembre do que tu assistiu e forme as tuas próprias ideias e opiniões, combinado?
Ao assistir esse documentário, me senti ainda mais um rato de laboratório, mas nesses testes os únicos beneficiados são, as já trilionárias, empresas da internet.
Foi uma mescla de revolta com constatação do que eu já sabia.
Com a direção de Jeff Orlowski, vamos sendo apresentados aos "porões" sujos das grandes empresas da internet como Google e Facebook.
Os engenheiros e designers atuam como verdadeiras Moiras, que tecem nossa própria realidade.
As Moiras, na mitologia grega, eram três irmãs que determinavam o destino, tanto dos deuses quanto dos homens.
E ao assumir esse papel de querer determinar nossos futuros e manipular as camadas mais profundas da nossa mente, eles lucram centenas de dólares todos os dias.
Pois quanto mais presos ficamos aos aplicativos, mais anúncios vemos, mais tendemos a consumir ou clicar e cada clique, nessa indústria, vale grana.
E eu acredito que a parte mais delicada mostrada no documentário foi justamente a de que a nossa democracia e a própria política de países podem ser implodidas num piscar de olhos, ou melhor, num teclar de dedos.
E os efeitos prejudiciais da tecnologia não param por aí:
- Viciamos como se estivéssemos usando qualquer tipo de droga
- Perdemos ou confundimos a nossa própria identidade
- Suicídios e automutilações tendem a aumentar ainda mais com jovens entre 10 e 16 anos;
- Diálogos em família ficam cada vez mais escassos e conflituosos;
- Os relacionamentos são norteados pelo nosso comportamento nas redes sociais (superficiais e baseado em padrões ditados pela indústria da moda)
- Preguiça ou acomodamento no ato de pensar, ouvir e formular argumentos ou conclusões, mesmo com assuntos simples.
O Jogo de Xadrez e a Matrix
Nós estamos jogando um jogo de xadrez com a tecnologia e estamos perdendo. E de quem é a culpa?
É do "Marcos" do Facebook? É do Bill Gates? É minha? É sua?
Aqui vou abordar três tópicos principais que eu acho importante destacar: Manipulação, Poder do Questionamento e Qual caminho seguir para então, concluir essa resenha.
Querendo ou não, a gente vive numa espécie de Matrix.
E estar na Matrix é como achar que temos liberdade e total autonomia, mas na verdade são as máquinas quem acabam criando o que achamos ser a nossa realidade.
Elas brincam com nossa mente, nossa própria percepção de identidade. (quem sou eu, no que eu acredito, porque eu acredito etc)
É aí que a gente entra no primeiro tópico que é a manipulação
MANIPULAÇÃO DA TECNOLOGIA
A manipulação acontece quando alguma ideia é induzida em nossa cabeça sem que a gente perceba.
Já que o afastamento da internet provoca abstinência!
E estar ali, perdido em meio a likes, comentários e lendo coisas que nos agradam (lembra da bolha?) libera dopamina o que nos vicia na hora!
Logo, se eu estou viciado, fico suscetível, vulnerável e completamente exposto!
Ai entra a tecnologia dando o seu CHECK MATE em nós.
O poder de hoje, a mina de ouro, se chama DADOS e esses dados estão nas mãos das grandes corporações.
QUESTIONAMENTO E O PODER DO PENSAMENTO CRÍTICO
A tecnologia, como foi mencionada no documentário, não é mais como uma ferramenta.Isso porque, se formos comparar com uma bicicleta, ela está lá e para que esteja em movimento a gente precisa usá-la. Tá tudo bem ir de bicicleta, a pé ou de carro, porque tudo isso são ferramentas que nos ajudam a locomover.
Agora, a internet precisa que você faça coisas pra ela existir. Se você não estiver on, a sensação é de que a sua vida para, por um instante.
Porém eu sou a defensora de que o nosso poder está justamente em questionar tudo.
Aquilo que eu vivo, faço, penso, acredito é mesmo algo que é meu? Isso que eu estou vendo tem alguma chance de ser uma mentira?
Isso porque as fakenews tem o poder de se espalhar 6x mais que uma noticia verdadeira! Mas elas deixam de existir quando passam por um crivo de julgamento e crítica.
Justamente por isso que endemoniar a internet é tirar a nossa própria responsabilidade enquanto seres racionais.
Afinal, onde fica nossa racionalidade, se somos meros usuários da tecnologia?
Mas como posso não ser manipulado pela matrix? Como posso ser uma pessoa desperta? Lúcida e não vulnerável aos modismos?
Entramos no ultimo tópico, então...
Qual caminho seguir?
Nesse momento, como criadora de conteúdo, mentora e estrategista digital entendo o meu poder enquanto aliada à tecnologia e também a minha fraqueza enquanto usuária da tecnologia.
Por isso preciso pensar sempre: o quanto a tecnologia está me afetando e o quanto eu mesma posso afetar outros?
Vamos seguir pelo caminho do meio...
Ou seja: não posso me exiliar do uso da internet, porque dela trago o meu sustento, mas não posso ser alienada a ponto de me perder no que ditam como regras.
Como faço isso? Através da Filosofia, da meditação, leitura de livros físicos, da escuta ativa de opinões diversas e ficar off da internet algumas horas na semana.
Todo celular fornece dados de quanto tempo a gente passa usando as redes sociais ou o tanto de vezes que a gente desbloqueia ele durante o dia.
CONCLUSÃO
A tecnologia não vai parar de mudar, mas nós temos, mesmo que seja pouco, o poder de saber o que fazer com tudo isso.
Eu percebi que cada vez mais as pessoas estão tentando ficar despertas para as realidades estranhas que criaram para nós.
E isso é o caminho do meio e o da evolução!
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