Eu, grávida? - Diário de Bordo da Mãe de Primeira Viagem


Eu sempre entrei pânico quando o assunto era maternidade.

Não entendi exatamente o motivo nem durante a terapia, talvez eu não fui a fundo o suficiente.

O fato é que: ser mãe, estava, definitivamente, fora dos meus planos de vida.

Quando eu me imaginava num futuro, desde quando era uma criança, o sonho era viajar muito, ser uma mulher independente e ter uma vida que estivesse sob o meu controle.

Ora essa, que pensamento mais inocente: controle.

A vida não se controla, a gente só precisa aprender a lidar com ela, e, infelizmente, a gente vai errar muito nesse processo. Por isso tentamos controlar tudo para evitar os erros e as frustrações.

E, durante o ano de 2021 minha vida mudou 100%. Eu estava focada, com sangue no olho e, por isso, fiz altos investimentos em treinamentos que me levaram para outro nível de consciência sobre mim e sobre meus negócios na internet.

A Milene de Maio era essa:




Eu estava passando por um reposicionamento da minha imagem.E eu estava segura, confiante, plena, tranquila e sendo estratégica em cada storie, cada postagem, cada passo.

E as coisas fluíram de um jeito muito melhor do que eu esperava. Vendi consultorias, treinamentos, encerrei com vários clientes fixos, justamente para focar nessa minha nova fase e então chegou o mês de Junho e algo que eu não tinha planejado: fiquei grávida.

Só que eu demorei para descobrir isso e passei o mês inteiro de Julho num dos momentos mais desesperadores da minha vida.

Isso porque eu simplesmente não tinha disposição pra levantar da cama.

O cansaço exagerado não era normal. Eu não tinha vontade sequer de abrir um documento do word e digitar 5 frases sem antes cair num cochilo incontrolável.

E eu apalava para todas as minhas ferramentas: meditava, dormia mais cedo, levantava mais cedo, tomava banho relaxante, fazia banhos energéticos, me arrumava para trabalhar, ouvia afirmações mas nada funcionava. E eu estava certa de que minha depressão havia tomado conta de mim mais uma vez.

Entretanto, sou uma mulher que não acredita em acasos e minha intuição estava à mil e meus sonhos cada vez mais confusos e repetindo as mesmas mensagens.

E foi então que no dia 24/07 num sábado de noite fiz o teste de farmácia que revelou: eu estava grávida!


Os 10 minutos seguintes dessa revelação foram de um completo choque e desespero.

"Eu, grávida?" repetia isso enquanto andava em círculos pela casa e enquanto as lágrimas de medo surgiam.

Então, após esse momento de colapso emocional voltei em mim e fiz o que eu sentia que precisava fazer: agradeci e pedi proteção.

Lembro de ter ficado olhando pro espelho, encarando meus olhos vermelhos e marejados e repetir "obrigada por confiar em mim." Eu falava isso para meu filho ou filha que estava em meu ventre naquele momento.

E eu só podia pensar que uma alma habitava em mim e aquele projeto de ser humano confiou a vinda dele à Terra à mim e ao meu marido, e se era pra ser agora é porque precisava ser.

A semana passou tão rápido que a minha ficha não tinha caído e apenas 4 ou 5 pessoas sabiam da notícia, eu queria manter o sigilo pois sabia dos riscos que uma mulher grávida tem de perder o bebê até o terceiro mês.

Meu lado racional me afrontava e eu não conseguia acreditar que eu estava mesmo me transformando em uma mãe.

Só deixei de duvidar de tudo isso no dia 06/08 quando na ultrassom o médico confirmava as 8 semanas do feto e pude ouvir as batidas do coração pela primeira vez.


Ali caiu a ficha: eu realmente serei mãe!

Hoje estou quase completando 17 semanas e não teve uma semana que não passei mal.

Meu corpo sentiu muito as mudanças hormonais: enjoo, azia, mal estar geral, sono e indisposição.

Foram 4 meses que me sinto dentro de um casulo.

Precisei barrar 2 projetos meus e manter na ativa apenas o essencial e o que "paga as contas" pra me manter, mesmo meu marido chamando a atenção de que não sou mãe solteira haha (Sim, é difícil lidar com uma workaholic que foi obrigada a diminuir 60% o ritmo de trabalho e, por consequência os rendimentos que vinham desses trabalhos)



Confesso que a briga interna entre: respirar fundo e agradecer cada segundo com o fato de eu sentir que estou parada no tempo é desafiadora.

Eu tento não me sentir culpada por não ser mais a Milene de 5 meses atrás e também para que a nova Milene seja uma versão ainda melhor.

A nova Milene que, além de ser consultora, blogueira, escritora ainda será mãe e de primeira viagem, sem saber nada sobre maternidade e achando que o instinto materno não existe.

Essa nova Milene também se agarra na esperança de encontrar um caminho do meio, onde a culpa é suavizada por sabedoria e por entender que não existe mãe perfeita e que eu vou errar muito nessa jornada e que talvez, só agora eu entenda ainda mais o que significa encontrar o tal propósito de vida.



Escrevo esse diário de bordo com a intenção de compartilhar esse processo novo e amedrontador pra mim, com você, leitora do blog que me acompanha por aqui.

Além disso, a nova Milene está muito mais segura do que é realmente importante fazer para encontrar o tal caminho do meio.

Para que a Milene Competitiva e a Milene Mãe façam as pazes e o melhor que elas podem em cada papel importante que a vida exigir.


Um beijo e até a próxima!

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