É por mim, por você, por todas nós! - Dia das Mulheres


"No dia 8 de março de 1857, mais de 130 mulheres foram carbonizadas em uma fábrica em Nova York. O motivo foi uma greve feita por elas pedindo redução da jornada de trabalho de 16 horas onde ganhavam a metade do salário dos homens."

Essa é a versão oficial e aceita como senso comum até mesmo em rodas de debate acerca do direito das mulheres e equidade salarial.

Mas o que nem todos sabem é que,  Clara Zetkin em 1910 propôs a criação de um Dia Internacional da Mulher e que representasse, em todo mundo, a luta das mulheres ao voto.
Em nenhum momento, Zetkin usou o incêndio como motivador da causa.



E para dar força ao movimento, Clara criou uma revista feita por mulheres e com o intuito de conscientizar as operárias sobre os seus direitos, ainda no ano de 1895.

Mas foi só no ano de 1917, no dia 8 de março, que na Rússia, as mulheres tecelãs entraram em greve, pedindo apoio aos metalúrgicos.

E acreditem: foi com esse movimento feminino, que deu-se origem à Revolução Russa!

Então, com o passar dos anos, e alguns direitos mínimos conquistados, a ONU decidiu, por decreto, somente no ano de 1975, oficializar o dia 8 de março como o Dia Internacional das Mulheres.

Então, não foi o incêndio o agente motivador. E sim um debate consistente e resistente de Clara e de outras mulheres para conseguir, mais de 60 anos depois, a data registrada e colocada em pauta nos assuntos relacionados à políticas públicas e à economia de todos os países, ou pelo menos, assim deveria.


AS MULHERES E O TRABALHO


Talvez nem eu e nem você tenha ouvido falar no nome de Mary Wollstonecraft.

Mas sabe a autora de Frankeinstein? Pois é ela mesma! Mary Wollstonecraft Shelley! Eu fiquei chocada também! Não só por saber que esses "dois nomes" pertencem à mesma mulher, mas por descobrir a importância dela na história do Feminismo.


E foi com  a sua publicação feita em 1792 intitulada "Reivindicação dos Direitos das Mulheres", que Mary, além de ser conhecida com a "Mãe da Ficção Científica" ainda recebeu o posto de fundadora do Feminismo!

Ou seja, há exatos 228 anos uma mulher conseguia entrar para a história e falar abertamente sobre os direitos da mulher, enfrentando a resistência, a violência e a inexistência desses direitos aos quais ela falava.

E com certeza ela não foi a primeira. Pois registros históricos de mulheres datados ainda da época medieval e das antigas civilizações foram apagados da história ou modificados, usando outros nomes, para que protegessem a integridade das mulheres que ousavam fazer ou falar algo diferente e que as tornasse uma "ameaça" à supremacia masculina.

Ainda sobre o trabalho, as mulheres encaravam jornadas de 12, 14 até 18 horas e ganhavam metade do salário dos homens, sem direito a nada!

Por fim, sempre que a gente conquista um direito, ele é limitado ou traz consequências que impactam de outras maneiras na nossa vida de forma negativa.

Marco disso, é a jornada de trabalho dividida com as tarefas domésticas e o cuidado com os filhos, aceito como "normal" apenas às mulheres e algo surreal quando o marido participa ativamente dessas mesmas atividades.

E outro registro é o de que nós, chegamos a ganhar 30% a menos em TODAS as atividades de trabalho se comparado aos homens.

Além disso, cargos de alto escalão nas empresas são representados por um aporcentagem mínima de 7% aqui no Brasil. No mundo todo, o número cai para 5%.

Com isso percebemos que, quanto mais subimos a pirâmide do trabalho, sucesso e conquistas, menos mulheres encontramos.


AS GRANDES MULHERES QUE MARCARAM A HISTÓRIA E O SEU LEGADO

De faraós a grandes rainhas, de Samurais a guerreiras e atiradoras das grandes Guerras Mundiais, as mulheres, de uma forma ou de outra marcaram a história.

E elas são admiradas, nem sempre pelos feitos, mas por serem mulheres.

Então, mulheres comuns como Joana D´Arc entraram para a história por ousar subir em um cavalo e empunhar uma espada para liderar um movimento.

Essas mulheres, ainda que poucas, somada aos grandes feitos que em sua maioria sempre serão dos homens, representam a luta histórica e  eterna por respeito e direitos igualitários.

E não podemos nos esquecer nunca que se não fosse por essas mulheres ter a coragem e a ousadia para lutar pelo que acreditavam a gente não teria hoje o direito ao voto, o direito a dirigir, o direito a estudar e principalmente, o direito a empreender  e poder construir a nossa própria história.


6 MÚSICAS FEMINISTAS QUE EU ADORO E RECOMENDO

1. BAD GIRLS - M.I.A 

A icônica M.I.A sempre faz letras polêmicas, militantes e ela está nem aí para os comentários controveros. Prova disso é Bad Girls, feita em 2012 que fala de forma indireta sobre o direito conquistado pelas mulheres da Arábia Saudita para dirigir.





2. FLAWLESS - BEYONCÉ FT. CHIMAMANDA NGOZI

Lançada em 2013, no quinto álbum da Beyoncé, Flawless contou com a participação da nigeriana Chimamanda Ngozi, que é conhecida no mundo todo por ser uma ativista feminista que, em suas obras, expressa todo o seu conhecimento, ideias e sentimentos sobre o direito das mulheres e como nós mesmas nos enxergamos.
Beyoncé é diva, né amores. Uma marca forte também no mundo POP que simboliza o poder da mulher e a conquista da independência.





3. WHO RUN THE WORLD - BEYONCÉ

Ela entrou de novo para essa playlist!
Beyonce revolucionou o mundo da cultura POP com o single: "Who Run The World?" lançado em 2011, com uma letra que usa a frase mais famosa "quem vai mandar no mundo são as garotas". A coreografia e cada apresentação da cantora mostraram o quanto ela estimula a independência e as conquistas femininas.




4. CAN´T HOLD US DOWN - CRISTINA AGUILERA

Lançada em 2009, Cristina começava a popularizar letras que falassem sobre os esteriótipos femininos e o direito das mulheres.

Can´t hold us down já começa com a frase (traduzida) "Então eu não posso ter uma opinião? Devo ficar calada só porque sou uma mulher?"



5. RESPECT - ARETHA FRANKLIN

A diva Aretha já era o próprio movimento do poder feminino e não só feminino, mas das mulheres negras também.

Essa música foi lançada em 1967 e a tornou um símbolo feminista, além de ser a canção mais famosa dela. A letra, traz um desabafo:

“O que você quer / Baby, eu tenho / O que você precisa / Você sabe que eu tenho / Tudo o que eu peço / É um pouco de respeito quando você chegar em casa”. 
“Eu não estou mentindo / Quando você chegar em casa / Talvez você entre / E descubra que eu fui embora”. 


6. INDEPENDETN WOMEN - DESTINY´S CHILD

Um ícone dos anos 90, aqui está novamente a nossa diva, Beyoncé. Dessa vez, com o grupo Destiny´s Child com o qual ela começou a carreira na música.

A música também iniciava o movimento do empoderamento feminino e independência financeira das mulheres.

A letra tem esse trecho que diz (traduzido)

O calçado nos meus pés
Eu comprei
As roupas que eu estou vestindo
Eu comprei
Os diamantes que eu estou balançando
Eu comprei
Porque eu dependo de mim

Seja na música, na literatura ou no cinema, ao longo dos anos as mulheres estão cada vez mais à par da discussão sobre as causas feministas e as suas consequências.
Isso mostra que, além de uma consciência maior, o acesso à informação também ajuda nessa educação.
A causa feminista é por mim, por você, por todas nós e, principalmente, pelas que vieram antes da gente.
Ninguém pode nos calar. Ninguém pode dizer o que é coisa "de menina ou de menino". Cor não diz nada sobre o sexo. Tipo de trabalho também não deve ser classificado em "coisa de mulher e de homem".
Mas a luta é constante, diária. E precisamos nos informar para saber como se posicionar diante desse debate, para que não sejamos alienadas e fiquemos à mercê de alguns homens que controlam nossa cultura, economia e educação.
A gente pode ser o que quiser, pois somos seres dotados de inteligência, sensibilidade e liberdade de escolha.

Feliz Dia Internacional das Mulheres pra nós!

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